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Assombrações em Sorocaba

Hoje é noite de falar de fantasmas e assombrações da Sorocaba de antigamente…


Todas as cidades tem suas histórias de fantasmas, lendas e fatos sem explicação, numa Sorocaba mais antiga, sem luz elétrica, quando as trevas envolvem a cidade as assombrações se manifestam.


Assim surgem casos de lobisomens com grossas correntes andando na Rua XV de Novembro ou Sacis que assobiavam nas torres das Igrejas fazendo um som infernal.


Com ajuda de alguns historiadores de Sorocaba, contaremos algumas dessas histórias:


O Pilão que descia a Rua da Penha


No fim da Rua da Penha próximo à Capelinha do Leão, todas as sextas surgiam um vulto que socava um pilão, fazendo-o rolar e que descia a Rua da Penha, cruzava a Rua Monsenhor João Soares, passava pela Praça Ferreira Braga, entrava na Rua Padre José Manoel de Oliveira Libório e caindo no Rio Sorocaba, desaparecendo.


Aparição na Cruz de Ferro


A cruz de ferro também tem o seu espaço, com o causo de um fantasma que ocupava esse local e assustava os pedestres e vultos ajoelhados diante da cruz, fazendo orações. Boitatás também eram vistos surgindo no sopé da cruz, voando pelos ares, se espatifando nos caminhos ou na mata densa do morro de Araçoiaba.


Beco do Inferno


O Beco do Inferno antes de ser asfaltada, com suas pedras irregulares, também causava o medo nas madrugadas, com estranhos sons de ferraduras batendo no chão ou com aparições da mula sem cabeça, ou de enormes cachorros negros com orelhas compridas.


A carruagem na Rua da dos Morros


A Rua Nogueira Padilha era assombrada por uma carruagem puxada por cavalos negros, conduzido por um cocheiro, levando um homem de jaquetão escuro e chapéu de abas largas, a qual diziam ser a alma penada de um fazendeiro que havia sido cruel com seus escravos.


O Padre Enforcado


Conta-se a história de um padre que havia sido acorrentado, arrastado e enforcado numa árvore em frente ao Mercado Distrital. À noite via-se a sombra do padre enforcado na árvore. Muitas pessoas diziam que foram perseguidas pelo fantasma do padre, que arrastava as correntes. As aparições acabaram depois que a árvore foi derrubada.


A Mulher de Branco


No século XVIII, na ponte do Rio Sorocaba existia um posto fiscal que cobrava o imposto sobre a tropa de mulas e boiadas que atravessavam o rio para participar da feira de animais que depois os levariam para as demais áreas do Brasil. Existia um portão na qual um soldado tinha a função do controle de acesso conforme o pagamento das cabeças de gado. Às nove horas da noite esse portão era fechado, impedindo o trânsito de pessoas. Segundo a lenda, nesse local existia uma alma de outro mundo, que perseguia as pessoas que voltava da cidade para o além-ponte. Essa visão tinha uma forma de uma moça vestida de branco que encantava o homem que a seguia e quando se dava por si, achava-se deitado em cima de um tumulo no cemitério da cidade, e aterrorizado fugia pelas sepulturas através do portão que nesse tempo ficava aberto no cemitério.


Cemitério da Saudade


Falando no Cemitério da Saudade, o qual foi o antigo campo da forca e que foi palco dos famosos casos da Ramona e do Zé Arrepiado, era o local propício para essas assombrações, com relatos de espectros entrando e saindo pelo portão principal, sendo que alguns dizem terem visto de madrugada a capela aberta com todas as velas acesas.


Vultos do Cemitério da Praça Carlos de Campos


Agora em outro cemitério, o que ficava na Praça Carlos de Campos e tinha limites com as ruas 13 de maio e Cesário Mota, surgiam dois vultos que falavam alto passando pelo campo santo e entravam na Capela de Santa Cruz que ficava lá.


A Dama de Branco na Rua 13 de Maio


Ainda na Rua 13 de Maio, na época do cemitério, entre as horas mortas da noite, uma dama de branco era vista atravessando as paredes com uma vela acesa na mão através das casas dessa rua.



Fontes:


Minhas Memórias – Antônio Francisco Gaspar;

Folclore em Sorocaba – Carlos Carvalho Cavalheiro;

Fisionomia da cidade - Sorocaba - cotidiano e desenvolvimento urbano - 1890-1943 – Rogério Lopes Pinheiro de Carvalho;

Lendas, Mitos e Assombrações – Aluísio de Almeida;

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