Hoje contaremos um pouco das histórias das duas igrejas de Santo Antônio, que existiram no centro da cidade e que quase não existem indícios de suas existências, não ser em livros e fotos...
A história começa em 1690, na Rua Diogo Domingues (Rua da Penha), com a fundação de uma capela em louvor a Santo Antônio, construída por Antônio Ribeiro Garcia, perto da casa de seu primo Diogo Domingues. A capela localizava-se próxima à esquina da Rua Artur Gomes e era passagem dos bandeirantes que pagavam promessas.
A capela tinha só uma nave, sem forro, nem ladrilhos, com o altar-mor, o altar de São Vicente Ferrer ficava ao lado do Evangelho, sacristia era atrás do altar-mor, havia uma tribuna e a imagem de Santo Antônio que recebia muitas esmolas miúdas porque se acreditava que ela auxiliava a encontrar objetos perdidos.
Em 8 de junho de 1752 foi assinada a provisão para ereção da nova capela. Essa nova capela, que, na verdade, seria uma igreja, foi construída numa área de pasto onde fica a Praça Nicolau Scarpa, que tinha como dono o Capitão Luiz Teixeira da Silva, sendo o primeiro Administrador do Registo de Animais.
A construção não se iniciou logo ou ficou parada por alguns anos. Foi construída pelo português João Dias Vieira e inaugurada entre os anos de 1780 e 1790.
Tinha grossas paredes de taipa e altares barrocos, num nicho lateral do altar-mor de Santo Antônio existia uma imagem de Santo Agostinho, e várias outras imagens distribuídas pela igreja. Na reforma de 1905 foi construída a torre e o mosaico de mármore branco e preto que cobriu as lápides dos enterrados lá.
Sua demolição veio na década de 50, em julho de 1951, com a justificativa que suas paredes de taipa e seu madeiramento estavam em péssimas condições com risco as vidas dos fiéis.
Antes da demolição seus itens foram enviados para vários locais: o altar em estilo barroco simples foi doado para a Capela de Aparecidinha, mas foram necessárias algumas adaptações; A imagem de João Evangelista foi enviada para catedral; Havia uma imagem de São Benedito enviada para Igreja de Bom Jesus dos Aflitos; Tinha um grande crucificado feito para um altar do lado do evangelho e que depois foi enviado para a Catedral; Possivelmente havia uma imagem de Nossa Senhora da Dores que depois foi doada para igreja de Santo Antônio da Árvore Grande;
Com a demolição da igreja de Santo Antônio na futura Praça Nicolau Scarpa, por muitos anos o terreno ficou vazio sendo ocupado apenas por barracas de ambulantes.
Somente ao final da década de 50, surgiu a possibilidade da construção de um prédio junto de uma tão necessária rodoviária, sendo o assunto muito discutido pela prefeitura, políticos e população, mas descartada nessa localização devido ao aumento do trânsito de veículos e ônibus municipais no centro. ⠀
Assim a Cúria Diocesana que era dona do terreno, construiu o Edifício Santo Antônio, inaugurado por Dom José Melhado Campos em 28 de abril de 1966, e que chega ainda aos tempos atuais com suas lojas térreas e escritórios nos andares superiores.
Obs.: A igreja de Santo Antônio da Árvore Grande não foi incluída no texto por ter outra história de origem, que publicaremos futuramente.
FONTES:
- Jornal Cruzeiro do Sul: 22/07/1951; 28/04/1957; 09/01/1962; 05/04/1969; 09/04/1969; 10/06/1959; 29/04/1966; 18/04/1970; 06/12/1974; 25/11/1979;
- Livro: Curiosidades Brasileiras de F. L. D’Abreu Medeiros;
- Livro: Sorocaba – 3 Séculos de História de Aluísio de Almeida;
- Livro: Cruzes e Capelinhas de Antônio Francisco Gaspar;
IMAGENS:
Imagem 1,2 e 3 – MHS;
Imagem 4 – Jornal Cruzeiro do Sul – 05/07/1956;
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