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Porphirio Rogich Vieira

Hoje é dia de contar um pouco da história de um dos grandes historiadores de Sorocaba: Rogich Vieira.

Em 8 de janeiro de 1929, nascia em Sorocaba Porphirio Rogich Vieira, o filho do casal Augusto Antunes Vieira e Ismênia Rogich, que como ele gostava de dizer, nasceu no meio da Rua XV de Novembro, onde a casa de sua mãe literalmente atravessava a via naquela época, até ser reduzida com o alargamento da rua e demolida após a morte de sua mãe Ismênia.

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Porphirio cursou o primário no Grupo Escolar Antônio Padilha até o ginásio no Colégio Ciências e Letras e prosseguiu os estudos de forma autodidata, sendo diplomado em arqueologia, paleografia e arte sacra.


Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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Quando moço, gostava de praticar fotografia durante as festas de Carnaval.

Jovem Rogich.Acervo: BIM

Jovem Rogich.Acervo: BIM

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De 1950 a 1967 foi proprietário Foto Repórter Vieira, na Rua Carlos Gomes, nº 47, documentando cerimônias e festas e contribuindo posteriormente com a formação do Museu de Imagem e Som de Sorocaba, doando 200 mil negativos de filmes do seu acervo que se encontra atualmente sobre responsabilidade do IHGGS.

Acervo: BIM

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Esse gosto pela fotografia lhe rendeu diversos empregos e atividades: Ingressou no Instituto de Criminalística do Estado de São Paulo como fotografo técnico policial em 1961, sendo transferido em 1976 para a Academia de Policia no cargo de diretor do Museu de Criminalística (ou Museu do Crime) do qual foi o responsável pela montagem e professor titular da disciplina de Fotografia Judiciaria em 1979.


Acervo: BIM

Museu do Crime. Acervo: BIM

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Trabalhou, ainda, como fotógrafo do Jornal Cruzeiro do Sul - de 1966 a 1970 e possui inúmeros artigos publicados nesse jornal como nas colunas “Efemérides Sorocabanas” (1967 a 1988) e “Um Dia Como Hoje” (1988 a 1993), e dos extintos periódicos Folha de Sorocaba (1970 a 1972), Folha da Cidade (1972), além de escrever para Folha de São Paulo (1972), Jornal de Alumínio (1994), Noticias Populares (1977) e no Jornal Diário de Sorocaba como fotógrafo freelance e como escritor (1970 a 1972).

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Casou com Elência e com ela teve três filhos: Maria Ismênia, Márcia Helena e Marcos José.

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Elência e Rogich. Acervo: BIM


Foto com os filhos: Ismênia, Marcia e Marcos. Acervo: BIM


Sempre muito discreto e dedicado aos estudos, nos raros momentos de lazer costumava sentar com a família e os mais próximos para um bom bate-papo acompanhado de uma cervejinha.

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Conheceu Aluísio de Almeida no batizado de um irmão na catedral em 1933, onde então estava o coadjutor Padre Luiz Castanho de Almeida que havia voltado recentemente à cidade depois de ficar um tempo enfermo.

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Se encontrarem em diversas ocasiões, mas o contato com ele era distante por todos esses anos, até 1962 quando se preparava para escrever seu primeiro romance, procurou o historiador atrás de fontes de pesquisa para que seu texto se encaixasse no contexto histórico correto. A partir daí uma amizade duradoura se criou, e Aluísio conseguira mais um valioso aluno que levou seu amor à história de Sorocaba até o fim de sua vida, e tendo seus artigos ainda hoje fonte de pesquisas ao lado de seu mentor Aluísio e de Antônio Francisco Gaspar.

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E a partir daí se aventurou no campo da literatura onde escreveu e publicou vários livros como “A Princesa dos Tropeiros” (1972), “Sorocaba não esperou o Treze de Maio” (1988), e o mais recente “Iguatemi, a Maldita”. Participou como coautor em cerca de cinco livros já publicados e onze livros que ou não foram publicados ou impressos.

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Proferiu mais de 50 palestras sobre história, fotografia e esoterismo, ministrando diversas aulas aos alunos da Faculdade de Filosofia de Sorocaba, Direito da USP e PUC, bem como, aos professores da área de odontologia legal da Faculdade de Odontologia da USP.

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Curso de Fotografia em Sorocaba - 1999. Acervo: BIM


Curso de Fotografia em Sorocaba - 1999. Acervo: BIM


Concedeu mais de 30 entrevistas em jornais, rádios, revistas e televisões, como Gazeta, SBT, Bandeirantes, Rede Record, Rede Globo entre outras. ⠀⠀

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Programa Sílvio Santos.Acervo: BIM


Foi membro atuante em diversas entidades culturais da cidade, das quais se destaca: Gabinete de Leitura Sorocabano, sendo sócio desde 1942; sócio fundador e ex-diretor do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba (IHGGS) desde 1954; titular da cadeira D’ Abreu Medeiros, da Academia Sorocabana de Letras desde 1980, pesquisador paleográfico do Museu Histórico Sorocabano em 1972, sócio do Clube Filatélico de Sorocaba, sócio do Clube União Recreativo, membro do Conselho da Associação Fraternidade Acaciana, membro da Loja Maçônica Fraternidade Acaciana de Sorocaba.

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Em 1999, passou por uma cirurgia que como sequela limitou sua movimentação, sendo obrigado a encerrar sua atividade de pesquisas, mas continuando como historiador.

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Morreu em 20 de dezembro de 2001 em decorrência de uma insuficiência respiratória.

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Seu acervo de livros e fotos foi doado pela família para a Biblioteca Infantil Municipal e hoje é fonte importantíssima de pesquisas para diversos assuntos históricos, feito por historiadores, pesquisadores ou simples curiosos.

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Em 2003, através de um projeto de lei do vereador Paulo Mendes, Rogich foi homenageado com o nome de uma rua no Residencial Vilazul no bairro do Alto da Boa Vista .

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Quase recebeu outra homenagem com o nome de uma escola na Vila Barão em 2006, através de um projeto de lei do vereador Hélio Godoy, mas que teve a lei revogada em 2008.

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Ainda em 2006, a deputada estadual Maria Lucia Amary, com um projeto de lei conseguiu eternizar o nome do historiador num viaduto recém-construído em Itu.

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Em 2008, através de outro projeto de lei do mesmo vereador Hélio Godoy, o prédio do Sabe Tudo do Jardim Nova Esperança foi batizada com o nome de “Porphirio Rogich Vieira”.

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Sua importância para Sorocaba ainda é lembrada na exposição com uma apresentação feita por seus filhos na saudosa Oficina Grande Otelo em 2012, na palestra realizada na BIM em 2019 ou através de suas fotos compartilhadas pelas redes sociais, principalmente nas páginas sobre a história de Sorocaba.

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*Agradecimentos especiais aos amigos Soninha Paes e José Rubens Incao, pela grande ajuda disponibilizando o acervo da BIM e filha de Rogich, Ismênia, pelo esclarecimento de algumas dúvidas surgidas durante a pesquisa.

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Rogich Vieira e Adolfo Frioli. Acervo: Adolfo Frioli.

Máquinas fotógráficas de Rogich Vieira.

Peças do acervo de Rogich Vieira que estão na BIM.

Envelope da Foto Reporter Vieira. Acervo BIM

Envelope da Foto Reporter Vieira. Acervo BIM

Curso de Fotografia em Sorocaba - 1999. Acervo: BIM


Fontes:

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Jornal Cruzeiro do Sul – 22/08/1999; 07/01/2001; 21/12/2001; 21/01/2012;

Revista da Academia Sorocabana de Letras – Nº 5 – 1986;

Livro: Iguatemi a Maldita – Rogich Vieira;

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