Construída pelo superintendente da CIANÊ, Armando Hamilton Pereira, e inaugurada em 14 de agosto de 1938, a Vila Bertina teve vários nomes no passar dos anos, como Jardim Hamilton, Jardim Bertina e Jardim D’Stilitano. Deve ter se mantido com o nome de Bertina em homenagem a sua esposa, Bertina Hamilton Pereira, que havia morrido no ano anterior sem ter visto a obra finalizada.
Considerado o primeiro conjunto residencial de Sorocaba, foi construído em estilo Art Déco, tendo onze casas com sala, cozinha, três quartos, banheiro e uma edícula.
Em sua inauguração, Hamilton disse que teve como inspiração construções comuns do sul da Itália, principalmente Nápoles e Pompéia. A vila foi benta pelo Revmo. Prior do Mosteiro de São Bento e depois de várias fotos, elogios e conversas, todos se dirigiram para a suntuosa residência de Hamilton Pereira, possivelmente, a que ficava ao lado da vila e que futuramente seria comprada por Dr. Stilitano.
Em 21 de dezembro de 1938, Armando Hamilton Pereira, se despede de Sorocaba, através de uma nota no jornal Cruzeiro do Sul informando que estava se mudando com a família, para o Rio de Janeiro e agradecendo a todos que conheceu nesses dez anos que esteve em Sorocaba.
Vindo para 1996 a Prefeitura fez o tombamento do Casarão e da Vila Bertina, o que levou a uma disputa judicial com os proprietários. Em 2003, mediante a uma decisão judicial o processo de tombamento foi anulado, cabendo a Prefeitura e o Ministério Público recorrerem da decisão, sem obter êxito.
Em 19 de março de 2010, o casarão construído em 1936, foi demolido, restando apenas a Vila Bertina a ser mantida e pé.
Em 2020, começou um processo de esvaziamento da vila, com a intenção de um empreendimento imobiliário, que englobaria o terreno do antigo casarão que estava vazio desde 2010 e a da vila. Mesmo enquanto estava em processo à discussão para novo tombamento histórico da Vila Bertina, em 10 de outubro, a vila foi às pressas demolida para que não houvesse impedimento à construção do novo empreendimento.
Infelizmente não houve comoção da classe política e nem da mídia, somente ás áreas relacionadas ao patrimônio histórico, historiadores e amantes da história de Sorocaba, se compadeceram com essa grande perda ,sobrando apenas lembranças, fotos e vídeos da demolição...
Obs: Um agradecimento especial para Maíra Sfeir, pela com o material, com a fotos e vídeos e pela correção no histórico da vila.
FONTES:
- Laudo para Tombamento da Vila Bertina de 27 de Julho de 2020 das Arquitetas Larissa Girardi Losada e Maíra Brançam Sfeir para o CMDP – Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Turístico e Paisagístico de Sorocaba;
- Jornal Cruzeiro do Sul: 17/08/1938; 25/12/1938; 23/10/2005; 17/09/2006; 20/03/2010;
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