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Parque Central

Hoje falamos falar sobre um projeto da prefeitura que se concretizado mudaria drasticamente o centro da cidade: o Parque Central.


No segundo semestre de 1987, os jornais foram informados sobre um projeto que seria realizado pelo prefeito Paulo Mendes de unificar o largo São Bento com a Praça Frei Baraúna, criando na área central um isolamento do Mosteiro de São Bento, sem nenhuma construção ao redor e com muitas arvores, com previsão de entrega de dezembro de 1988, fim do mandato do prefeito.

Fonte: JCS

Com isso seria necessário desapropriar 15 imóveis, entre janeiro e fevereiro de 1988, para que se iniciassem as demolições, incluindo possivelmente a da Concha Acústica.

Para evitar uma estimativa de custos altos, a prefeitura iria tentar conversar amigavelmente com os proprietários dos imóveis, evitando a via judicial, mas que segundo a mesma, esse custo não atrapalharia os outros projetos importantes na cidade.


Foram apresentados dois projetos que teriam objetivos diferentes: o primeiro seria contemplativo com o intuito da permanência das pessoas, como a maioria dos parques da cidade é atualmente. O segundo seria mais focado em movimento de pessoas com espaços para eventos noturnos, sendo para isso seriam poupados alguns imóveis mais antigos para exposições e palestras.


Por fim foi decido por uma fusão de projetos sem que fosse preservado nenhum imóvel antigo com exceção do Mosteiro.

Planta do Parque Central. Fonte: JCS
Fonte: JCS

Fonte: JCS

Fonte: JCS

Como era de se esperar os proprietários e comerciantes dos imóveis se manifestaram sobre a possiblidade da perda de suas casas, mesmo mediante ao pagamento de indenização, que segundo eles era muito abaixo do que os valores do imóvel, além de questionar na Câmara a real necessidade de um empreendimento desse patamar no centro, sendo que havia outras formas necessárias para a utilização desse dinheiro.

Faixas colocadas na Rua Cesário Mota, contra a construção do Parque Central. Fonte: JCS
Faixas colocadas na Rua Cesário Mota, contra a construção do Parque Central. Fonte: JCS

Uma coisa que a prefeitura não se atentou foi que com a intenção das demolições dos prédios antigos que ficam próximos ao mosteiro, seria somente possível com a permissão do departamento de patrimônio histórico, a Condephaat.

Fonte: JCS
Fonte: JCS

Com o padecer negativo da Condephaat, a prefeitura não poderia mexer nesses imóveis, sendo necessárias alterações no projeto, mas que não interessava a prefeitura.

Nesse momento vários problemas simultâneos estavam inviabilizando a obra, como as ações judiciais feitas pelo patrimônio histórico e dos moradores das casas da Rua Cesário Mota, a verba insuficiente e o tempo para a realização que com os muitos impasses impossibilitaria o término junto ao fim do mandato do prefeito que naquele momento era de dois anos.

Fonte: JCS

Chegando ao final de 1988, o parque central não chegou perto de ser concluído, sobrando alguns terrenos na Rua Cesário Mota, onde havias casas que foram demolidas para que a próxima gestão decidisse se prosseguiria, ou não.

Fonte: JCS

Em fevereiro de 1989, Antônio Carlos Pannunzio eleito novo prefeito de Sorocaba, decidiu que a implantação do parque não seria prioridade no inicio de seu mandato, e que os locais vazios onde as casas foram demolidas na Rua Cesário Mota seriam convertidos em estacionamentos resultando em uma renda extra utilizada pela prefeitura para subsidiar o transporte público.


No mês seguinte, o prefeito revogou o projeto de desapropriação de áreas que seriam utilizadas para a construção do parque e desistiu dos processos que transitavam por imóveis para o mesmo fim.


Chegamos a 1993 e com ele o segundo mandato de Paulo Mendes que até tentou retornar ao projeto com algumas alterações, tendo um centro comercial na parte de trás da propriedade do mosteiro, com lojas e escritórios em meio a vegetação, respeitando o conjunto histórico, mas novamente a falta de verba nos cofres públicos e outras prioridades na cidade, fizeram o projeto do parque central ser engavetado de vez.


A Concha Acústica foi de deteriorando com os anos e esquecida pelo poder público até que foi totalmente demolida em 2002.

Fonte: JCS
Fonte: JCS

A casa nº 1 da Rua Cesário Mota, que segundo a dona da casa Dalila Sobral Oliveira Rodrigues de Almeida foi comprada pelo avô em 1921 e que sobreviveu a demolição em 1988, foi finalmente derrubada em meados de 2008, para a revitalização da área ao redor do mosteiro realizado pela prefeitura.

Acervo: MHS

Curiosamente em 1991, o Jornal Cruzeiro do Sul, trazia uma reportagem sobre o Parque Central e com ela, um trabalho de graduação para a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC em 1981, feita pelo arquiteto Paulo Renato Mesquita Pellegrino que foi exposto na Casa de Cultura em 1983 e que se difere do projeto atual, com a preservação dos prédios e casas ao redor do mosteiro e que talvez fosse utilizado poderia ter sido finalizado no final de 1988, como queria o prefeito.

Fonte: JCS

Fontes:


- Jornal Cruzeiro do Sul: 27/08/1987; 02/10/1987; 18/10/1987; 30/10/1987; 18/03/1988; 29/03/1088; 13/04/1988; 14/04/1988; 18/04/1988; 19/04/1988; 30/04/1988; 21/05/1988; 24/06/1988; 07/08/1988; 24/09/1988; 23/02/1989; 30/03/1989; 07/07/1991; 21/07/1991; 14/02/1993; 15/08/1993;26/08/2001;

- Decreto nº 16.214, de 30 de junho de 2008;

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